sexta-feira, novembro 29, 2024

O pacote do Haddad - Corte de Gastos?

 



Vamos comentar em "bullets" como diz o americano. Primeiro porque ainda precisa passar pelo Congresso, segundo porque ainda muitos detalhes não foram explicados e detalhados.
Já vi alguns energúmenos , muitos se dizem socialistas, que governo tem que gastar, não pode cortar gastos, etc.
O Brasil vive problemas sérios desde a pandemia, mas o mais grave é que nada foi feito ainda para gerir as contas públicas com o mínimo de responsabilidade. Hoje nossa dívida chega a 78% do PIB e caminha para 80% rápido, até onde irá? 
Ahhhhh mas a Itália e a Grégia têm dívida com 100% do PIB, os EUA 105% do PIB....ok, mas a realidade lá é diferente e o contexto é outro. Diga-se de passagem a Grégia conseguiu resolver o grave problema que tinha com a gestão do défict publico.

O Brasil tem um Estado inchado e ineficiente, isso é fato e poucos podem negar. A sanha arrecadatória é consequencia disso. Gasta muito, gasta mal e a população paga a conta. Não existe dinheiro público, existe dinheiro da sociedade que é administrado por políticos e aqui é melhor nem comentar sobre a nossa classe polítca. 

Mas o assunto aqui são as medidas lançadas ontem. 

  1. Ainda será preciso passar pelo Congresso e mais detalhes a serem esclarecidos.
  2. As medidas de controle e melhora nos benefícios deve ser feita toda dia para evitar fraudes e erros. Ok para isso, mas deveria ser permanente e não programa de governo.
  3. As projeções de economia têm muito mais de melhorar gestão e ajustes do que cortes. Certo, mas deveria ser permanente.
  4. O discurso de "taxação de ricos" e isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil é muito mais narrativa para dar um ar "socialista e preocupação com o social" do que amparo na realidade e resultados. 
  5. Taxar ricos nunca funcionou em nenhum lugar e não será aqui que vai funcionar. Pòde haver fuga de capital como ocorreu na França ou sonegação fical aumentada. Lembrem-se da Curva de Lafer nestas horas.
  6. Isenção para quem ganha até R$ 5 mil seria ótimo e louvável. Sempre abaixar impostos é bom, mas depende do momento. O Brasil abrirá mão de R$ 51 bilhões (segundo especialistas). Portanto não teve corte, teve aumento de despesas. Só a partir de 2026, mas claramente uma medida populista e com cheiro de malandragem eleitoral.
  7. Por incrivel que pareça, a medida para mudar a indexação do salário mínimo é a melhor de todas. Antes era relacionada ao PIB agora será 2,5% acima da inflação. Boa medida. Cada R$ 1 real de aumento do mínimo que afeta várias áreas impacta em R$ 392 milhões as contas públicas, segundo o próprio governo.
  8. Não, não sou liberal e capitalista selvagem. Poucos entendem que salário antes de ser renda é custo de produção.
  9. Sempre disse isso, se fosse fácil gerar emprego e renda via aumento de salário era só colocar o salário mínimo em R$ 5 mil, já imaginou a maravilha? Mas antes de ser renda é custo de produção. Imagina as pequenas empresas, as prefeituraa e toda a máquina ligada ao salário mínimo se acontecesse isso.
  10. Esta foi a medida correta deste pacoite, eu acho e terá pouco impacto real na vida das pessoas. A inflação(infelizmente) com viés de alta vai aumentar o salário mínimo muito mais do que ligado ao PIB e pode agravar o problema. 
  11. Sim deve haver aumento real do salário mínimo, mas com responsabilidade e cuidado. Antes de ser renda é custo de produção, nunca se  esqueça disso.
  12. Na verdade a política se sobrepos a técnica e isso terá consequências.
  13. Dólar a R$ 6 era já projetado, muito também em função da vitória do Trump e fortalecimento da moeda americana mundialmente.
  14. O que muitos não estão enxergando e dai a importância da gestão eficiente das contas públicas é o risco inflacionário que o Brasil vive. Descontrole fiscal é um dos principais fatores de aumento da inflação.
  15. Aumento de consumo via os programas assistenciais tem serventia, mas limite, pois além de inflar as contas e o défict não é sustentável no médio e longo prazo , e além, faz  pressão nos preços. É o que estamos vendo agora.
  16. Outro grave problema da expansão dos programas assistenciais, a indolência da população que prefere não trabalhar e viver do pitéu do governo. Os pequenos comércios, loterias, bares e restaurantes estão com graves problemas para contratar mão de obra. O desemprgo esta em 6,5%, mas pelo visto muito em função de quem não tem gente procurando emprego. Eles medem pela procura do emprego. Os famosos nem, nem, nem estão voltando a vida rela. Nem trabalham, nem estudam e nem procuram empregos. Triste.
Infelizmente o que assistimos é um cenário de incerteza. O PIB deve crescer 3,5% em 2024, mas isso é retrato do passado. A projeção para 2025 é menor, entre 1,7% e 2,5%. PIB baixo agrava tudo, reduz arrecadação e aumenta os problemas sociais.

Um problema grave do Brasil (na minha visão desde a reeleição de 1997 por FHC) mudou o foco dos políticos para a eleição e não para a nação e seu futuro. Pelo jeito este vício permanece e será dificil quebrar este ciclo. 

Não vou comentar outros desmandos que enxergo no Brasil, primeiro porque hoje há rsico real de censura e reprimenda, segundo porque meu objetivo aqui é comentar o pacote de ontem e registrar minha opinião e posição.

Infelizmente o cenário não é bom e a inflação pode vir ai forte, repetindo 2013. O pior imposto que existe é a inflação, principalmente para o mais pobre.
Sim, o Brasil tem muitas injustiças sociais e precisa muito para corrigir isso, mas não é com populismo e irresponsabilidade que chegaremos a melhorar.
Escrevi sobre o Bolsa Família há muito tempo, mas está mais atual do que nunca minha postagem.

Clique e leia   Quem diria, o bolsa família não foi invenção de FHC e nem de Lula.

O discurso de ontem me parece uma tentativa de mostrar o lado "socialista" do PT e do governo, com populismo e demagogia que não terá resultado real. Infelizmente.

Parece  querer,  manter a sociedade sob a tutela do estado, sem pensar que a conta chega e será paga, via inflação principalmente. 

domingo, abril 21, 2024

A economia chinesa- Eu sou testemunha

 



Eu sou testemunha, fui várias vezes a China desde os anos 90...acompanhei o desenvolvimento e as mudanças que começaram com Deng Xiao Ping em 1986 e se não fosse isso o caldeirão teria explodido. A pobreza e a miséria, típicas de regimes autoritários e comunistas era a marca da China. Sou testemunha de tudo, inclusive da virada de página para um crescimento médio de 11% a.a. durante anos. O Tigre asiático acordou, ouvi de um chinês com muita propriedade.

A China vem enfrentando problemas, os ciclos econômicos são inexoráveis. Não vou entrar em detalhes técnicos, mas mesmo com muitas contestações acadêmicas, eles são fato.

Em 2019 escrevi sobre os protestos de Hong Kong e alertava sobre a questão política e econômica se cruzarem de forma negativa, aliás é assim que qualquer país. A economia e a prosperidade ditam os rumos da tranquilidade política. Povo satisfeito, com emprego e renda não quer fazer revolução e nem mudanças, nem deve fazer.

Leia artigo de 2019- Clique e leia Protestos em Hong Kong , avant premier do que pode acontecer na China?

 E agora? Xi Jinping assumiu em 2013 e mantém com mão de ferro e sob forte controle a “Nomenklatura” chines, esta palavra russa derivada do latim) era como se designava a "burocracia", ou "casta dirigente" da União Soviética. Ela incluía altos funcionários do Partido Comunista da União Soviética e trabalhadores com cargos técnicos, artistas e outras pessoas que gozavam da simpatia do Partido Comunista. A perspectiva de crise pode ter lhe dado ferramentas para isso. Falar sobre o regime econômico da China (capitalismo de estado) é tema para outro post, deu resultados, mas até quando? O regime político é uma dura ditadura com partido único e sem eleição. Ditadura comunista? Não é mais, mas guarda suas origens.

Quando as crises começam a incomodar para valer, um regime autocrático aumenta seus riscos, vide a questão de Taiwan , que vira e mexe aparece na pauta de discussões chinesas. O mundo anda tenso na geopolítica e a China é um dos protagonistas dessa tensão.

Pandemia, crise imobiliária, inflação, desemprego, queda do crescimento médio de 11% para 5% (ainda ótimo, mas talvez não para padrões chineses) convivem com a falta de informações e transparência. O mundo não sabe a real de lá. Infelizmente.

O potencial da China ainda é enorme, mas as crises econômicas que podem desaguar em crises políticas são riscos atuais.


Clique e leia a matéria

Não nos cabe julgar as medidas chinesas sempre tomadas para melhorar a economia, até porque não temos informações confiáveis. Apostaram na expansão imobiliária, foi excelente, mas agora está esgotado. Construções e geração de emprego aos milhões. A China era um canteiro de obras nos anos 90, eu vi, sou testemunha. Não só a questão imobiliária, mas as obras de infraestrutura transformaram a China em país de primeiro mundo, só quem conhece sabe o que estou dizendo.

A falta de liberdade é arrefecida com aplicativos chineses que competem com os ocidentais (lá eles têm o WhatsApp, o Facebook, o Instagram, o Google e até o Amazon, locais, chineses). Menos mal.

Agora apostam na questão da industrialização, tomara que dê certo, apesar de que o mundo hoje é movido a tecnologia e produtividade. Já deu certo um plano deste tipo (na URSS foi onde criou a pujança até a queda do mudo em 1989). O mundo agora é outro, mas a criação de emprego e renda é base para prosperidade e se o projeto (deve focar isso) funcionar, o objetivo pode ser atendido.


Planejamento central, que seria discutível, não se aplica lá. Sempre foi assim. Recursos e potencial eles têm e agora só nos resta torcer para que dê tudo certo. O mundo não pode prescindir da economia chinesa indo bem, nem a locomotiva (EUA) e nem o resto do mundo.

As alianças em formação sendo exploradas pela mídia (Rússia e China x EUA e EU) são vias de mão dupla, só não podem descambar para o irracional de por exemplo, escalar as guerras como a Rússia fez com a Ucrânia, a China tentar invadir Taiwan, ou a entrada (dos principais) no milenar conflito do orienta média.

A postagem aqui fica para registro das novas iniciativas de Xi Jinping. Tomara que funcionem. Podemos criticar ou elogiar, ainda é cedo.

Como conheço em e estudo sempre a China, fico preocupado e esperançoso sempre com movimentos chineses. Ainda acredito que os ciclos são inexoráveis e uma hora a China vai bradar por liberdade e democracia. Só espero que isso ainda demore, eles têm duas idiossincrasias políticas e econômicas e precisamos respeitar. O mundo precisa que a China fique bem, sempre. Simples assim.



quarta-feira, março 06, 2024

A lei dos aplicativos no Brasil. E dai?

 


Lei a integra

O que muda com a regulamentação para motoristas de aplicativo?

Vamos lá. Vou resumir minhas considerações em forma de “bullets” como diz o americano para resumir algumas ideias chave.

De boas intenções o inferno está cheio

Foi só para motoristas, mas os outros aplicativos em breve serão envolvidos e regulados

A intervenção do estado, a princípio, é ruim, mas as vezes se faz necessária foi assim que ao longo da história corrigimos falhas no processo de mercado. Será neste caso? O tempo dirá.

O governo de um viés sindicalista foi motivado porque serão criados sindicatos e haverá arrecadação para o governo, já vi números de R$ 279 milhões de arrecada.

O BRASIL TEM 16.293 SINDICATOS E ESTADOS UNIDOS POSSUI 130, A ALEMANHA 70, INGLATERRA 90, não tem algo de errado aqui? Com a “República sindicalista” esperar o que?

Por mais que pensem nos trabalhadores e eles possam ter benefícios, a motivação não foi esta.

Como sempre a sociedade pagará a conta. Não há como não ter repasse aos preços.

É falácia dizer que as empresas são “exploradoras”, é um processo legítimo, gera muitos empregos e a liberdade de mercado impera. Pode ter problema para empresas adiante? O tempo dirá.

Pode haver desemprego? Talvez, o tempo dirá. O trabalhador perderá autonomia? O tempo dirá. Haverá aumento de burocracia? Com certeza. A intervenção e o Estado dão nisso.

Sou contra intervenção de estado, mas as vezes é necessária. Neste caso ainda haverá o congresso que pode melhorar ou atrapalhar os pontos positivos, a conferir.

Tomara que dê certo, mas eu aposto que a motivação é clara, aliás sempre a narrativa é o povo e seu bem, mas pelos personagens envolvidos nisso podemos imaginar muitas coisas “ behind de scene”. Infelizmente.


Lula assina projeto de lei que regulamenta a profissão dos motoristas de aplicativo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assina, nesta segunda-feira (4/3), o projeto de lei que regulamenta o trabalho de motoristas de aplicativo. A cerimônia de assinatura do texto, que será enviado ao Congresso Nacional, será realizada às 15h, no Palácio do Planalto. O evento contará com a presença do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e representantes de empresas de transporte, como Uber e 99.

A proposta regulamenta, por enquanto, apenas o transporte de passageiros em veículos de quatro rodas. Dessa forma, não estão incluídos motoristas de motocicletas ou entregadores de delivery e encomenda.

O texto foi criado a partir de conversas do governo federal com as empresas e de motoristas de aplicativo. O projeto de lei era uma das promessas da campanha eleitoral do presidente Lula.

Veja os principais pontos do projeto:

1.       Jornada: a carga horária estipulada é de 8h, podendo chegar a 12h se houver acordo coletivo;

2.       Sindicatos: será criado a categoria de trabalhador "autônomo por plataforma", com sindicato de trabalhadores e patronal;

3.       Salário: a remuneração será de R$ 32,09 por hora trabalhada. Destes, R$ 8,02 são referentes ao trabalho e R$ 24,07 aos custos do motorista;

4.       Benefícios: os motoristas terão direito a vale-refeição a partir da 6ª hora trabalhada, serviços médicos e odontológicos;

5.       Reajuste anual: o percentual será igual ou superior ao do salário mínimo;

6.       Exclusividade: os motoristas poderão trabalhar em mais de uma empresa de transporte de passageiros;

7.       Suspensão de motoristas: as plataformas terão de seguir regras para excluir os trabalhadores;

8.       Previdência: os motoristas pagarão 7,5% sobre "salário de contribuição" e a empresa pagará 20%.