sexta-feira, março 27, 2009

Comentários e dados sobre o pacote habitacional de 2009.

Vamos comentar o pacote, agora com mais infomações. Clique veja matéria correlata.

Alguns dados:

*Total de investimento: 34 bilhões, sendo as fontes, R$ 25,5 bilhões da União, R$ 7,% do FGTS e R$ 1 bilhão do BNDES.
*Déficit habitcional atual:7,2 milhões, o programa de milhão cobriria 14% deste déficit.
*A distribuição é seguinte: Sudeste com 363 mil, Nordeste com 345, Sul com 20 mil, Norte com 103 mil e Centro Oeste com 70 mil.
*O subisídio é de R$ 18 bilhões, mais R$ 2 bilhões para o fundo garantidor, de quem? Da viúva, claro.
*As moradias: 35 M² para casas e 42 M² para apartamentos. Cúbiculos pelo jeito.
*Começo: 13 de Abril, final: Sem prazo para acabar.
*Juros: de 5 a 8%, reduzidos, mas como ficará com a tendência de queda das taxas?

Pontos positivos:

*Relação direta dos compradores com as construtoras evitando burocracia
*Incremento na atividade econômica neste momento de crise. A construção civil é grande geradora de emprego e renda, além de insumos importantes.
*É programa eleitoral, mas dependerá dos governos municipais e estaduais nas questões licenciamento, infraestrutura, etc. Isso equilibra as forças e ações políticas.
*Ataque ao déficit habitacional. No passado o BNH fez muito, chegou a 800 mil moradias ano. Tinha subsídio também, mas pelo que me recordo diferente, menor e mais eficiente.
*É considerado que o programa rentável para as construtoras. Tomara. Este lado "mercado" é ponto forte.

Pontos Negativos:

*A meta não será cumprida, o cronograma desejado (principalmente pelo viés político) vai para o espaço.
*O subsídio deve sempre evitado. A conta é paga pela sociedade. Programas assistencialistas são incentivos a indolência e acomodação. Quando colocados, é difícil tirá-los. E em momentos de crise?
*As moradias são minúsculas, fora do perfil das famílias que devem ser atendidas. Alguém diria, mas eles não têm nada. Certo, mas a adequação a número de pessoas seria necessária.
*O padrão de qualidade será baixíssimo.
*Existem problemas ambientais nestas expansões urbanas, a expansão não pode ser feita cm emoção e boas ações, ela demanda planejamento e bom senso.
*Faltarão terrenos e infraestrutura( saneamento, luz, estradas)
*A inadimplência pode ser alta, pelos prazos x rotatividade de emprego, ou se enfrentarmos outras crises econômicas.

Comentários: Aparentemente tem coisas boas. Meu receio é que fique nas lousas de planejamento das cabeças coroadas de Brasília, nossa ilha da fantasia.
Outro ponto, a burocracia vai fazer muitos passarem raiva, tanto as pontas compradoras, como as vendedoras e o meio de campo (agentes financeiros). Nosso país é engessado ainda.
Gostaria que estas iniciativas estivessem lastreadas no mercado, na "invisible hand", com emprego e renda pra todos, demanda forte pela construção, com as construtoras ganhado dinheiro e investindo e o governo financiando taxas justas e reais. O mundo maravilhoso da prosperidade.

Previsão: A capacidade operacional das construtoras que operam este mercado não é condizente com as metas e promessas. Das outras, uma ou outra, pode até entrar no nicho, mas, mesmo assim venderam sonhos a ministra e a governo. Sabe por quê? Matemática. O mercado tem diversos programas de apoio e financiamentos e não passamos de 200.000 mil/ano, dado de 2007, considerado um dos melhores. Falaram em fazer 2 milhões em 2 anos? Tirem as conclusões. Resumo: em dois anos não serão atingidos nem 20% desta meta. Fica aqui registrado.

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