segunda-feira, julho 23, 2012

Jovem sem trabalho e informado é estopim de distúrbios globais


Jovem sem trabalho pode ser estopim de distúrbios globais.
Li uma entrevista com Don Tapscott, canadense e autor de livros como Wikinomics- Como a  colaboração em massa pode mudar seu negócio e A hora da Geração  Digital. Clique e veja
È mais que sabido que estamos vivendo há muito tempo na sociedade do conhecimento e na era da informação. Isso não é um projeto da humanidade, mas um processo., e por ai  concluímos  que existem sempre alguns pontos positivos e negativos, inerente de qualquer processo.
A entrevista com este especialista em inovação e no impacto social da tecnologia me chamou a atenção pelo fato de ter colocado a relação da crise mundial com o conseqüente desemprego e os distúrbios globais.
Exemplos não faltam, a Primavera Árabe recente derrubou governos autoritários e corruptos e a articulação toda se deveu em grande parte as redes sociais, Twitter, FaceBook, etc.
O mundo vive de ondas  e  em ciclos diversos,  econômicos e sociais, desde a prosperidade pós guerra dos anos 50, aos processos inflacionários  e libertários da juventude com diversas manifestações no mundo todo, 1960 foi a época de distúrbios que muitos ainda se lembram.
Na entrevista Don Tapscott prevê de certa forma que esta crise mundial, se agravada, pode gerar uma grande insatisfação com o aumento do desemprego e queda da renda, na tese dele, teríamos distúrbios sociais com a ajuda das redes sociais, e segundo suas palavras, “ estes distúrbios podem fazer os dos anos 60 parecerem coisa de criança”.
Concordo em parte que uma crise mundial mais séria precisa ser entendida sob a luz da tecnologia e informação, estas ferramentas podem servir para mobilizar e alimentar as manifestações, mas são elementos de combate para os governos que trabalham para evitar o pior. A crise global de 1929 poderia ser evitada  se fosse bem administrada, isso é mais do que comprovado hoje.
Os ciclos econômicos e sociais existem isso é fato. Se vamos ter movimentos como os anos 60, dependerá do rigor e tamanho da crise mundial que nos ronda. Isso também é fato e precisamos acreditar que os governos dos países poderosos estão atentos e agindo.
Não consigo nem prever o que aconteceria se a previsão de Don Tapscott estiver correta, mas como ele mesmo cita em sua entrevista “ o futuro não é algo que se possa prever, mas algo que precisamos construir, alcançar”.
Os riscos existem, mas acho que as probabilidades são menores que as possibilidades.  O Brasil começa a ser afetado pelos maus ventos globais. Nos anos 2000 tínhamos chances de continuar as reformas para colocar este país definitivamente como uma nação do futuro. A opção por um caminho é sempre em detrimento de outro. Lula errou em muitas coisas e se acontecer o pior, o preço a ser pago será mais alto. O PIB passou de 4,5% para 1,5% de previsões para 2012. Isso representa desemprego e queda de renda. Os efeitos ainda não são mensuráveis e dependem também da extensão desta crise.
Não é motivo para pânico, pelo menos ainda. Vamos torcer que tudo dê certo. Se voltarem as manifestações a exemplo dos anos 60, o Brasil não ficará de fora.  

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