terça-feira, abril 20, 2010

O Consumo, a eleição e a inflação

Tenho dito que Dilma é favorita, acho que Serra largou bem, mas ela com apoio do Lula ainda corre forte.
Lula tem 70% de aprovação, isso não garante votos a Dilma, mas podemos inferir que de cada 10 brasileiros, 7 podem apoiar a continuidade do governo dele, se ela conseguir mostrar isso ao eleitor. Não é garantia de votos, mas é uma ótima situação.

A ascenção social de muitos das classes E,D e C pode ser a maior causa desta popularidade, sem contar o aumento do consumo e a consequente geração de emprego e renda, ou seja, o país está bem, e 2010 promete.

O consumo é puxado pela classe C, h0je a C e a D são responsávei por 53% da renda nacional. Os emergentes das classes E, D e C são a base da piramide e podem ser votos certos de Dilma, pelo menos a maioria deles pode, inebriados pela nova situação social e hábitos de consumo, tender a votar nela.
Segundo a Folha de São Paulo, mudaram de classe social de dezembro de 2002 a dezembro de 2009:
  1. Classe AB- 7,7 milhões
  2. Classe C- 31.2 milhões
  3. Classe D- (2,4) milhões
  4. Classe E (23,1) milhões

Ainda existem 30 milhões de miseráveis, mas este número poderia ser maior e isso se reflete no aumento da renda e na mudança de classe, se vai virar votos, é outra história, mas pode acontecer.

O governo Lula colheu frutos de governos anteriores, expandiu os programas sociais, mas a conjuntura econômica mundial favorável foi a maior responsável pelo ganho de renda e ascenção social desta massa da população.

O governo ainda erra em coisas como os gastos públicos e excesso e o desmando com a infraestrutura, isso o povão não percebe, só alguns bem informados, os aeroportos e as estradas estão insuportiáveis e intrasitáveis, Belo Monte dá sinais da fadiga na questão energética.

Vamos ver como será a campanha, mas todos estes beneficios do povão atingem Dilma, e podem ser bons para Serra no futuro, se ele for eleito, mas atenção, eles têm efeitos contrários. A ameaça de inflação está no ar. O BC sinaliza aumentos de juros em ano eleitoral e isso irá contra Dilma com certeza. Eles não podem desdenhar da inflação que pode voltar e tudo deve ser feito para que isso não aconteça, nem que seja o sacrifício da candidatura situacionista. O crescimento de 6,5% deste ano, alguns falando em mais, tem o lado bom, mas o cuidado deve existir com a pressão da demanda sobre preços. Mais renda e mais consumo é combustível na ameaça inflacionária que nos ronda, gera emprego e renda, mas precisa ser administrado. Inclusive, umas das formas é a redução dos gastos públicos, longe do que assistimos.

Vamos ver como Serra se comporta no discurso, ele não pode bater de frente com Lula, precisa mostrar os erros, mostrou um discurso bom, mas ainda a campanha nem começou, Vamos aguardar. Para mim Dilma continua favorita, mas o jogo parece começar a mudar. Serra vem firme, Dilma mostra fraquezas com o descolamento de Lula nesta fase.

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