segunda-feira, dezembro 28, 2009

O homem e o meio ambiente.


Este final de semana a mídia em geral aborda os temas ambientais, o "pseudo" fracasso da COP15 e em especial a revista Veja traz matérias sobre tecnologias e outras questões ambientais.

Tenho visto também que jornalistas famosos, alguns claros, são críticos ferozes da exploração da questão do aquecimento global. Mais do que céticos, eles acham que existe mais do que exagero no caso, abordam as fraudes divulgadas na internet sobre dados em uma universidade inglesa e mais criticas e ironias com relação ao problema no clima mundial.

Cheguei ao ponto de ver uma jornalista, preparada e de quem sou fã, dizer que estamos discutindo coisas que podem ou devem acontecer em 100 anos.

Vamos falar sério. Alguém duvida que ações do homem(antrópicas) estão em processo acelerado e descontrolado sobre o globo terrestre? A reação pode até ser natural por parte da Terra, mas por que não administramos ou pelo menos controlamos estas ações?

Vamos lá fazer alguns comentários:
  1. A minha impressão sobre ambientalistas era terrível. Ouvia misérias de colegas "energéticos" devido aos problemas ambientais causados pelos ambientalistas nas aprovações de licenças. Depois que me graduei em Gestão Ambiental, tive contato maior com o meio, com o assunto. Mudei radicalmente minha postura e minha posição. O problema existe e é real, precisamos atuar sim, com equilíbrio, mas também firmeza.
  2. No caso do clima, era cético completamente, mas vi que existe grave problema, e o problema vai estourar mais para frente, não para nossa geração.
  3. É sabido que muitos ambientalistas são órfãos de movimentos políticos idealistas, principalmente da esquerda, que perderam argumentos após a queda do muro de Berlim, mas são minoria. Colocar viés ideológico em causas ambientais é comprometer a credibilidade dos problemas, como ocorre em algumas situações.
  4. Meio ambiente não pode ser tocado de forma irresponsável academicamente e com ideologia política,principalmente com radicalismo, é coisa técnica, multidisciplinar, precisa de competência e bom senso.
Alguns pontos chaves nesta discussão que precisam ficar claros:
  1. As ações antrópicas desde a revolução industrial no século XIX estão causando danos ao globo terrestre, isso não pode ser negado. A população aumenta, o desenvolvimento é necessário, mas precisamos ter consciência que isso pode e deverá trazer problemas para as gerações futuras.
  2. Se existem dúvidas vamos pensar em "gerenciar as ações antrópicas no meio ambiente". Não podemos prescindir do desenvolvimento econômico e social da humanidade, mas é preciso consciência e administração da questão, no passado isso nunca foi feito e praticamente iniciou-se na década de 70 com a reunião de Estocolmo.O estrago deste os anos 1800 até agora foram muitos. Precisamos além de consertar alguns erros passados, melhorar para frente. Como digo, apagar o fogo e plantar a semente.
  3. AGORA É A HORA, e muitos acham que 2010 é o ano zero desta consciência.A COP15 pela mobilização sinaliza isso, depende agora de nós, e mais ainda, de nós, formadores de opinião.
  4. A coordenação global e a cooperação entre países ricos e pobres é crucial para que o objetivo seja atingido, os ricos precisam ajudar os pobres, mas estes precisam fazer sua parte.
  5. Ao contrário que muitos pregam, a "gerência" não vai se dar para empobrecer ou frear qualquer desenvolvimento social ou econômico, mas sim controlar excessos. O desenvolvimento social e econômico não é antagônico nem excludente a consciência ambiental e sustentabilidade.
  6. O conceito de sustentabilidade, vamos repetir aqui, é oriundo do Relatório de Brundtland (1987), "Suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas". Será cada vez mais forte e necessário.
Minha conclusão: Só tecnologia, educação e consciência salvarão o mundo de problemas graves no futuro por questões ambientais. Não se iludam que problemas com água, alimentação devem ser agravados pela destruição do nosso ambiente.

Que 2010 seja de verdade o ano zero da ação para frear a mudança climática global, mas também o ano zero da consciência dos outros problemas ambientais que nos cercam.

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