terça-feira, outubro 07, 2008

Mais coisas sobre a crise!

Ontem foi um caos, hoje o rescaldo será feito. Já disse, não foi a primeira e não será a última crise. Comparar esta crise ao passado, como 1929, é falácia.
O problema é que o mercado está travado. Tem um ditado que diz: O mercado tem pernas de lebre, coração de passarinho e memória de elefante. A crise é portante de confiança. Os agentes nãos e movem, as bolsas despencam com o estabelecimento do pânico, efeito manada como dizem no jargão das bolsas, mas a hemorragia deve ser estancada. A Ásia já começa a se acalmar, clique e veja.

Os ativos começam a voltar no preço real, em tese, um ativo deve ter um valor correspondente ao preço que alguém estiver disposto a pagar e não alavancado como foram estes derivativos malucos. A VEJA desta semana mostra entrevista com um economista brasileiro, José Alexandre Scheinkman, íntimo de Ben Bernanke e especialista em "bolhas econômicas". Ele diz que ideológicamente, por aversão a regulamentação, Allan Greenspan deixou correr frouxo a questão dos derivativos e foi laxista na ação preventiva. O mercado derivativo alavancado em qualquer papel, "junk bond" criou a bolha. Todos sabiam da existência da bolha dos derivativos. A política de juros foi criticada por ele, juros baixos por muito tempo, inclusive vários economistas batem na mesma questão. Não posso concordar com isso integralmente, Greenspan foi competente nesta administração das taxas e segurou a temida e perigosa inflação. A prosperidade e alavancagem dos ativos via derivativos conseguiu muita riqueza em diversos lugares e ai tem méritos. Prejuízos também e principalmente a lição que será aprendida. Como diz o economista brasileiro dos EUA, os generais lutam as guerras passadas, os economistas também. O mercado financeiro está concentrado, vários bancos continuam sólidos e líquidos. O crédito terá restrições momentâneas, mas voltará breve, principalmente mais seletivo. O mercado está travado porque a falta de confiança tomou conta de todos atores, os governos têm papel importante, e têm feito isso, para debelar esta desconfiança.
Tudo indica que estamos no final da crise, vão quebrar bancos e empresas menos desavisadas, especuladores vão ganhar rios de dinheiros, outros perderão, governos vão gastar recursos do contribuinte, mas entre mortos e feridos, vão se salvar a maioria. Desde 2003 é óbvia a situaçõa, eu mesmo escrevi diversas vezes sobre isso.
Sem futurologia afirmo, em três meses estaremos todos voltando ao normal e a chuva mídiatica da crise vai buscar "outras explicações" para a volatilidade e oscilações do mercado.
O fim do capitalismo é sofisma, não foi a primeira e não será a última crise, as lições ficarão. Uma coisa é certa, elas nunca serão iguais às passadas, devastadoras em muitos casos, mas sempre diferentes.

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