O petróleo bateu a casa de US$ 109,00 por barril (clique e veja), em abril de 1980, na correnteza da segunda crise, que o petróleo atingiu sua maior até então cotação, hoje equivalente a US$ 101,70 por barril.
Em 1979 o DOE (Ministério da Energia dos EUA) previu que o petróleo chegaria a US$ 60, 00 em 1995, o que corresponderia a US$ 150, 00 em preços de 2006. Fato que não ocorreu pelas forças de mercado segundo os analistas. O dólar neste patamar preocupa muita gente especializada.
Na verdade existem alguns efeitos da nova economia e outros geopolíticos influenciando o preço do petróleo, mas mercado tem atuado com suas forças naturais também.
(1-) A força do mercado de hedge, de derivativos e futuro, mudou os estoques de petróleo de mãos. Hoje grandes companhias financeiras operam o mercado futuro e são proprietárias dos estoques, os países que controlam a produção não têm o poder de influenciar preços como nas décadas passadas.
(2-) Os países da OPEP, onde a Venezuela é parte, não conseguem aumentar a oferta de petróleo. A base da infra estrutura e capital social dos países e que atendem as populações locais é financiada pela exploração do petróleo, ou seja, não existem recursos para investir na infra estrutura do país e na exploração ao mesmo tempo, além de que opções rentáveis para investimento no aumento de produção são raras atualmente.
(3-) O petróleo vem perdendo sua influência e importância no PIB global. Mesmo com a forte demanda na China, o petróleo representa hoje menos de dois terços da relevância de duas décadas atrás. Não existe “gordura” entre a demanda e a oferta, mas também todos os indícios são de que o mercado vai atuar para manter este equilíbrio. O consumo do petróleo é muito sensível ao preço, como poucos imaginavam. Chamada elasticidade de preço, quando sobe o preço o consumo cai, mesmo não existindo tantos substitutos.
(4-) A era do milagre tecnológico para aumentar a produtividade na exploração, praticamente acabou, vide ai a reserva de Tupi, considerada uma das maiores e ainda sem previsão de exploração por motivos tecnológicos e de viabilidade econômica. A tecnologia atual já reduziu custos e aumentou a produção, agora só uma nova revolução.
(5-) O mundo experimentou uma década de prosperidade quase nunca vista e mesmo com os solavancos petrolíferos sustentou a bonança.
(6-) Mesmo nos EUA, o maior consumidor, as altas influem no desempenho econômico, mas a influência tem sido menor, além de que a cada susto de alta, novas alternativas e tecnológicas energéticas vão surgindo: vide os bicombustíveis. A matriz mundial está mudando a olhos vistos e o preço do barril do óleo negro influencia este movimento.
(7-) O enfraquecimento do dólar acaba influenciando este preço também e de certa forma é mais problemático para os EUA, o déficit comercial americano aumentou e o preço do petroóleo influenciou este aumento, mas eles já administraram outras crises.
Segundo analistas, o preço do óleo pode até não subir mais, mas dificilmente voltará aos preços baixos, históricos da década de 50 e 60. O mercado futuro com os derivativos e a globalização, a escassez crescente que muitos dão conta que em 2050 o óleo comercial estará praticamente extinto, e pelo menos mais alguns anos de prosperidade global corroboram estas teses de que o preço, se não subir, não irá cair.
As experiências passadas ensinaram muito, o preço batendo US$ 109,00, a economia americana passando por uma fase de turbulência nos faz refletir sobre o que virá por ai.
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