1-) A verdade que poucos enxergam
A Goldman Sacks criou o termo BRIC, que reúne no jargão, Brasil, Rússia, Índia e China. Estes países poderiam em 40 anos ser como os do G 6 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Inglaterra, França e Itália). Sabe o que aconteceu com a China, Índia e Rússia nos últimos anos? E com o Brasil?
Temos indicadores de paises africanos mesclados com alguns de primeiro mundo, já fomos a oitava economia do mundo, hoje somos a décima, mas poderíamos ser a quinta, chegamos a ser a décima quinta. O Brasil cresce há mais de dez anos menos que a média mundial em torno de 4,0%. Este ano projeta-se algo na faixa de 4,3% ,mas ficaremos ainda abaixo dá média global. Exemplo: O crescimento global médio foi de 4,5% nos últimos 10 anos o do Brasil 2,3%, perda de 56% mostram estudos.
Não adianta culpar só PT, este quadro vem desde a década de oitenta. O Brasil precisa de 3,5% de crescimento do PIB médio para começar o jogo. Nosso crescimento vegetativo não suporta em condições sociais justas números menores. É tiro no pé. As questões de falta de infra-estrutura são críticas, mas as conjunturais são piores, devem e precisam ser atacadas. Nossa política econômica em nome da estabilidade da moeda é veneno no futuro do país.
A revista Veja pegou a opinião de sete economistas com premio Nobel, resumidamente a situação é esta. A Pergunta foi: Porque o Brasil não cresce igual à China e Índia?
Respostas: Reorganização tributária na China e Índia, enquanto nós aqui só aumentamos a carga (40% do PIB). O peso da burocracia e educação ineficiente, ruim. A corrupção e assalto dos grupos de interesses. A falta de estabilidade conseguida a duras penas. Protecionismo sufocante. Falta de poupança. Uma visão acadêmica, pertinente, macroeconômica.
Vou dar também minha humilde colaboração: Parece que estamos com uma temperatura média do corpo humano boa, mas a cabeça no forno e os pés no freezer. Alguém sobrevive assim? Dá para acreditar que se acerta o alvo errando um metro para direita e outro metro para esquerda? Os juros campeões do globo são a trava do crescimento com a concentração de renda.
Enquanto Bancos aumentarem ano a ano 45% real nos seus lucros, estamos dando prioridade ao financeiro sobre o produtivo. Monopólio inaceitável e perverso. Juros campeões do planeta são a pior praga que emperra o setor produtivo. As maiores empresas produtivas tiveram redução de lucros na faixa de 7% no primeiro semestre. Mesmo com a demanda mundial forte dos países em crescimento ainda tivemos problemas cambiais que desequilibraram o mercado e queda de exportações em alguns segmentos. Pergunta: Banco tem problemas com cambio?
As margens de rentabilidade (lucro/ativo) média das empresas no primeiro semestre foram de 2% a dos bancos 17%. Vergonhoso e absurdo. A situação poderia estar pior para o setor produtivo se não estivéssemos remando a favor na correnteza mundial da economia em expansão. Esqueçam Itaú, Bradesco e Unibanco com indicadores perfeitos e absurdos, o Banco do Brasil teve aumento de 95% no seu lucro do primeiro semestre de 2006 comparados a 2005. Pode isso? Quem paga a conta?Vamos deixar clara aqui uma coisa, lucro é combustível da geração de riqueza, não sou contra lucros, ao contrário. Sou contra abusos. A situação vem acontecendo desde a década de oitenta com problemas estruturais e conjunturais. Olhem o BRIC, incluam ai Chile, Polônia e outros países emergentes para chegar a conclusão que caminhamos dois passos à frente e um atrás há muito tempo. É Óbvio que a política econômica poderia mudar o quadro. Os exemplos acima não bastam?Espero que nesta eleição os candidatos apresentem suas propostas e abordem o tema com sinceridade. Precisamos saber os planos futuros e tentar manter a frágil esperança.
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