Assuntos que me interessam: Política, Meio Ambiente, Economia, Tecnologia, Internet e um pouco de filosofia.
domingo, abril 05, 2015
Crise institucional e nuvens negras no horizonte econômico.
As previsões econômicas estão indo de mal a pior- Clique e leia.
Há muito tempo falei neste quadro aqui. Inflação + Baixo crescimento = Estagflação
Quem quiser ver: Clique e leia Desde 2008 já pairava esta ameaça no ar. Mais uma postagem: Clique e leia
Agora não adianta chorar o leite derramado.
As projeções atuais falam em 2% negativos de crescimento em 2015 e Inflação podendo chegar a 2 dígitos neste ano. Falo isso com muita tristeza, afinal não quero ver o país afundando.
O desemprego vai chegar forte. Se a popularidade de Dilma beira hoje 12%, com rejeição de 78%, podem esperar mais (se for possível) quando o desemprego bater na porta das famílias e tirar o poder de compra do salário e/ou bolsa família e equivalentes.
Quem quiser ler sobre a popularidade em queda, clique aqui.
O desemprego ainda não apresentou seus nefastos efeitos e isso pode atrapalhar ainda mais o governo.
Precisamos encontrar uma saída. Não é golpe de estado, impeachment ou renúncia dela que vão resolver a crise, podem até agravar. Muito improvável, quase impossível que aconteça uma destas alternativas por enquanto.
O governo alterna altos e baixos no tocante a enfrentar os problemas e assumir seus erros. Joaquim Levy tem sido o pilar para seguir adiante e salvar o Brasil dos problemas atuais. Se ele vai conseguir ou não, não podemos dizer ainda. Espero que sim.
Não adianta culpar crise externa, a mídia ou a elite como alguns radicais da esquerda querem fazer, os erros na condução da política econômica do segundo governo Lula e do primeiro de Dilma são responsáveis por tudo.
No primeiro governo Lula as coisas foram bem, elogiei muito a responsabilidade e sensatez de sua equipe econômica que tinha Henrique Meireles à frente. O cenário externo ajudava, como ajudou ainda no segundo mandato dele, apesar da crise de 2008, mas que se recuperou em 2010 quando crescemos 7,5%, excelente, mesmo comparando com 2009 que havia sido um fracasso.
A aposta no consumo e crédito foi correta, mas era esperado que este modelo se esgotaria. O cenário externo ainda muito favorável mascarou os equívocos.
No primeiro governo Dilma, vinhamos bem, com o algumas turbulências externas, mas não que pudesse tirar o sono da equipe econômica.
Aliás se olharmos as crises que tivemos nos anos 90 e 2000, não existe termos de comparação. Quem quiser saber mais sobre as crises mundiais desde os anos 90- As crises mundiais do século XX e XXI e o Brasil Clique e leia.
Estou muito preocupado. As notícias do fechamento de empresas, redução de investimentos e demissões só vão agravar o problema econômico. Mesmo em cenário mundial que começa a se firmar com o crescimento dos EUA, as coisas não vão nos ajudar como nos anos 2000 do governo Lula. Não devem piorar, mas nada de "alavancar".
Além do problema econômico temos séria crise política e institucional. A presidente está fraca, no começo do mandato, parece o final. Impopular, com casos graves de corrupção afetando a credibilidade ainda mais do Brasil, não lhe resta opção a não ser tomar as medidas de conserto do erros.
Aumento de impostos, corte de despesas e investimentos públicos em cenário de baixo crescimento torna ainda mais complicada a missão do Ministro Joaquim Levy, sem falar que não há ferramentas para estancar a impopularidade, " não existe grana" para uma agenda positiva.
A articulação política desastrada é quase uma "desarticulação". Isso é lenha na fogueira dos problemas.
Qual é a saída então? A responsabilidade da presidente em seguir o rumo certo que parece ser este, até porque não existem alternativas.
Politicamente não acredito em impeachment ou renúncia dela, pelo menos por enquanto. Um governo de coalizão com a responsabilidade da oposição seria o ideal, mas não acho que Dilma e seus "articuladores" consigam montar isso.
Parlamentarismo? Já foi a saída para a crise de 1961. Acho que se legalmente esta saída for possível ( houve um plebiscito 1993 e rejeitada a proposta) podemos ter uma luz no final do túnel.
Sei que existem emendas na CD e poderiam ressuscitar uma delas se não houver este impedimento legal por conta do plebiscito de 93.
As nuvens negras vão aumentar, seja no cenário político e econômico. Não que eu queira isso, todos vamos pagar a conta, aliás estamos pagando. Com tristeza tenho que escrever esta postagem, para deixar registrado e mostrar meu desencanto.
Os ganhos sociais já estão indo para o ralo, o ódio existente entre os antagonismos políticos só aumenta, não podemos permitir que isso seja ingrediente negativo nas mudanças que precisamos, mas parece que não há como impedir este embate.
Sou pela conciliação e conversa, não o embate.
Falta isso ao governo, cada vez mais acuado e refém do Congresso Nacional, um parlamentarismo de fato parece estar ocorrendo.
Sei que a nação brasileira é maior do que os políticos e vamos sair desta. Por enquanto nos resta rezar e torcer porque o desfecho desta crise ainda é impressível. Só não vê quem não quer.